domingo, 22 de setembro de 2013

Falta de atitudes quanto aos problemas nas escolas

Após pressão da SEMED para que os professores da escola Ivone Santos promovessem aulas aos sábados, uma experiência muito feliz que não posso deixar de compartilhar.

Acredita-se que o número ideal de alunos em período de alfabetização deveria ser 12 e no máximo 20. Confesso que esses caras que defendem esse número tem suas razões.

Bem, neste sábado, 21, recebi apenas 5 dos meus 28 alunos. E a aula foi muito mais produtiva do que nos outros dias. Usei os jogos fornecidos pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e as crianças adoraram e o aprendizado foi muito mais fecundo. E olha que a nossa sala é um verdadeiro forno, de tão quente que é! Pudera, pois a sala foi prepara para receber uma central de ar, que até hoje não foi entregue (não vou dizer que não foi comprada, pois é mais fácil afirmar que não foi mesmo entregue).

O site English Made in Brazil defende o número máximo de 7 alunos por sala, quando se trata de ensino de idiomas, o que não difere muito quando o assunto é alfabetização mesmo na língua mãe.

De fato, eu tenho alunos com distorção de idade no 3º ano. Inclusive já havia pedido que fosse feito um teste com um aluno de 11 anos que tem condições de estar cursando o 4º ano, mas parece que a gente não é muito ouvido por essas bandas.

Mas tem outras questões como a violência por parte de crianças, fato que merece ser tratado de maneira especial. Embora relevante ser vislumbrado em um plano de ação, não pode ficar de fora a questão dos alunos que não foram alfabetizados adequadamente. Neste ponto, sugeri que fosse feita aula de reforço no contraturno, mas ficou só na vontade, pois nenhuma ação foi tomada sob a alegação de falta de espaço.

sábado, 6 de julho de 2013

Fim de semestre e mudanças na escola Ivone Santos

Este fim de semestre é uma perda para a escola Ivone Santos. Perdemos o coordenador pedagógico Rômulo Glória, que apesar de ser criticado pela sua atuação junto a uma quadrilha que dominou a SEMED no governo de Pedro Barbosa, mostrou seu lado humano e sua intensa atividade com proposições que aglomeraram em torno de si todos os professores da escola.

Desde o primeiro dia em que Rômulo mostrou sua forma de trabalho, conquistou a simpatia dos servidores, pois colocou, de forma inédita, à disposição dos professores as turmas de suas preferências. Alguns, já acostumados a trabalhar com os primeiros anos de alfabetização foram contemplados em seus pedidos e mantiveram suas turmas. Nunca tinha visto isso antes, já que os diretores e outros asseclas sempre pontuaram as melhores vagas e turmas dentro das escolas, tanto é que os dados apontam o descalabro da insensatez desse tipo de ingerência.

Temos uma nova coordenadora, da qual não queremos fazer juízo de valores nem no entanto desejamos ser levianos em afirma que o perfil da nova coordenadora se enquadará nos anseios da classe ali representada por todos os professores e demais servidores. Saliento, entretanto, que era necessária a manifestação contra a retirada de um coordenador que lutou arduamente pela participação de todos os professores na Conferência Municipal da Educação e talvez tenha sido essa sua manifestação que serviu de provocação aos ditames de um setor dominado pelo ódio, sede de vingança e reações encimadas no extremismo, senão um pouco xiita.

Manifesto-me livremente sem que eu tenha quaiquer preocupações acerca do que vão pensar a respeito daqueilo que acho certo. O certo pode ser errado para outras pessoas, isso tenho certeza. Não tenho, apesar disso, certeza se os meus leitores vão, incialmente me aplaudir ou me apedrejar, mas que fique bem claro que num determinado tempo, tudo será vislumbrado sem as conotações emocionais e a verdade será vista com algo positivo em favor de uma sociedade em eterno processo de construção.

Que venha o segundo semestre, depois dessas férias que serve para revigoramento das forças exercidas no primeiro semestre. Até a próxima!


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Crimes de um governo: Onde está a ampla defesa?

Antes de entrar em debate sobre o assunto que conduz à seara dos infratores de normas, acho por bem citar a ponderação de Platão: "Onde a lei é súdita dos governantes e privada de autoridade, vejo a pronta ruína da cidade (do Estado); e onde, ao contrário, a lei é senhora dos governantes e os governantes seus escravos, vejo a salvação da cidade e a acumulação nela de todos os bens que os deuses costumam dar às cidades" (Leis.715d).
Dito isto, sem delongas, afirmo que há indícios de perseguição política contra a minha pessoa, sem considerar o gravíssimo erro ao cair em falsidade ideológica, do que vem ser deduzido do documento que produziu conclusões precipitadas e sem atender aos preceitos constitucionais deste País, a saber:
A ata do conselho escolar
A ata de reunião do conselho, ocorrida no dia treze do mês de janeiro de 2012, foi o corolário de todo o imbróglio, uma vez que o documento afirma que é uma “reunião do conselho junto com a direção e a coordenação da E.M.E.F. Alcides Monteiro”. Ora, uma vez que a reunião é do conselho, é recomendável que inicie o texto da ata dizendo que é uma reunião do conselho para, logo em seguida, declarar o objetivo da sessão, assim como mencionar a participação de outros que não sejam conselheiros, inda que a diretora seja integrante nata. Tal consideração é feita para que haja entendimento de que havia um plano e uma orientação no sentido de me prejudicar.
Reforço ainda a tese da intenção de me prejudicar quando o conselho escolar não me concede espaço para defesa, direito este garantido na Constituição Federal. Embora o texto da ata revele a intenção do conselho em optar “em dar um tempo para resolver esta situação”, que se refere única e exclusivamente ao horário de uma servidora da secretaria escolar. Em nenhum momento o conselho se pronuncia em me ouvir, exceto ouvir a direção e coordenação. É de praxe em conselhos dessa natureza, ouvir os acusadores para, em seguida, também ouvir o acusado. Após tais feitos, o conselho se pronuncia através de um parecer, ou seja, aquilo que o conselho concluiu de todo o desenrolar dos fatos mencionados. Novamente o conselho deixa de cumprir sua tarefa, o que enseja ANULAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
Do conhecimento dos fatos contra a minha pessoa
O ano de 2012 iniciou normalmente, me apresentando na escola logo que encerrou o recesso de janeiro concedido aos professores, embora eu não tenha tido ciência de que algo tinha sido montado contra este profissional. Como atesta a ata, a reunião ocorreu no dia 13 de janeiro e o recesso dos professores acabou no dia 15. Nos dias que se sucederam, nenhuma comunicação me foi dada sobre a reunião ocorrida no dia 13, mesmo estando todos os atores envolvidos na sala de informática, lugar onde acontecia a reunião pedagógica para planejamento. Ninguém teve a hombridade, nem diretora, nem vice-diretor, nem tampouco os três coordenadores da escola e, principalmente a presidente do conselho, como se tivessem profundo sentimento. Se não fosse por um conselheiro, eu só saberia no momento em que houvesse o chamamento ou intimação do órgão responsável pela punição de servidores. Um conselheiro que fez parte da reunião me contou o que estava acontecendo, indicando que o senhor Sebastião de Abreu era um dos mais interessados na questão. Assim, eu o abordei próximo a sua residência e este disse: “Não sei de nada. Acho que não tá acontecendo nada contra a sua pessoa. Se soubesse, eu tinha te falado”. Mentiu de cara lavada, pois o mesmo participou da reunião do conselho no dia 13 de janeiro e, inclusive, foi o primeiro a encabeçar a assinatura da ata. Na mesma manhã, eu procurei a senhora Josiane Palheta dos Santos, presidente e coordenadora do Conselho Escolar, a qual me recebeu muito bem em sua casa, com sorriso no rosto e, ao receber requerimento verbal de documentos que contivessem algo contra minha pessoa, se dispôs a fornecer na parte da tarde do mesmo dia. Entretanto, ao chegar à escola, a senhora Josiane afirmou que ainda não tinha a documentação, que precisava de maior prazo. Dentro de 48 horas eu voltei para que a mesma tivesse tirado cópia da ata. Desta vez, a senhora Josiane não foi mais cortês como da primeira vez, dizendo que não entregaria a cópia do documento, pois precisava reunir com o conselho. Ouvindo isso, afirmei que cópias de documentos fruto de uma deliberação do conselho não estão sujeitas a outra deliberação, que se trata de ato meramente burocrático. Ela insistiu na negativa, ao que eu argumentava que nosso país tem garantias legais que nos protegem nesses casos, e que eu mesmo já fui membro de diversos conselhos e sei que não há necessidade de outra reunião para entrega de documentos originados em deliberação coletiva. Neste momento entra o senhor Otoniel de Souza, seguido pelo vice-diretor Sebastião Abreu. Eu estava sentado em uma mesa e Otoniel veio a sentar-se numa cadeira de frente para mim. Otoniel explicava que o professor tem que ser comprometido, blá, blá, blá, ao que eu insistia que, como professor, sou conhecedor das normas e leis pertinentes a educação e que tudo que eu queria era saber o que constava nos documentos contra a minha pessoa. Ele insistiu por três vezes consecutivas na ideia de não entregar os documentos. Vi que não tinha saída para meu direito, saí da sala. Dado a falta de ética por parte dos profissionais retro citados, em cuja ausência de comunicado para defesa, insisto na ANULAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
O encaminhamento do caso ao prefeito pela secretária de educação
A acidez das intenções, volto a frisar, tem conotação de vingança e perseguição política, pois a afirmação de Rosângela Fialho, no ofício nº 011/2012 – GAB ao prefeito Pedro Barbosa, de que “o servidor após tomar conhecimento das denúncias, procurou a Presidente do Conselho Escolar que estava trabalhando na Escola Alcides Monteiro para fazer-lhe ofensas e ameaças, caso esta encaminhasse a citada documentação”. Nem a ata do Conselho Escolar de 13 de janeiro, nem a ocorrência policial nº 150/2012.0228 e nem tampouco o ofício da diretora Sônia Bezerra afirmam tais “ofensas e ameaças”, restando a entender que a Secretária de Educação também estava envolvida na trama, pois enfeita o documento na tentativa de convencer o prefeito de Portel à época, Pedro Rodrigues Barbosa. Além disso, a orientação dada pela advogada Ana Ceres é tão descabida que cita, no afã de convencer o prefeito, “art. 226, IV, da Lei 786 de 23 de março de 2012 dispõe que cabe sanção disciplinar de demissão ofensa física em serviço contra servidor ou particular”. Não há fulcro nenhum em se tratando do caso de um servidor, em defesa de seu direito em obter documentos contra sua pessoa, fazer impostação de voz e até bater em cima de uma mesa, pois a lei não diz que alterar a voz ou dar palmadas na mesa se constitui em agressão física. Na reunião para a oitiva da testemunha Josiane Palheta houve a confirmação de que tudo não passava de mentiras para lograr êxito de vingança e perseguição política, pois a senhora Conselheira Escolar agora transvestida de testemunha vem a afirmar que não houve agressão nem tampouco ameaças. Em se tratando de um conluio amparado em falsidade ideológica, carece ser analisado sob a luz da ética e do devido processo legal em que se dê ao acusado a ampla defesa, enseja novamente a ANULAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
Sobre acesso a Internet durante aulas
Embora eu tenha percebido que a senhora Josiane vagava ao redor de minha sala, a mesma constatou que eu entrava na sala dos professores no dia da aula do professor Reginaldo Paranhos, justamente no momento em que esse docente levava os alunos para o quintal da escola para a prática de exercícios físicos, a mesma achou por bem dizer que eu acessava internet durante minhas aulas. No meu horário vago faço o que bem entender, apesar de que nem internet tinha o tempo todo, já que era costume da secretaria cortar o sinal para dar prioridade aos serviços do senso escolar e outros. Bom ressaltar que, ao contrário do que afirma dona Josiane, eu a vi acessando o Facebook, lendo e-mails ou mesmo vislumbrando produtos no site de compras online Mercado Livre. Se acessei internet, foi no meu horário vago e isto foi usado contra minha pessoa no intuito de inflamar uma situação não existente.
Atraso na entrega de caderneta
Sempre dei prioridade aos alunos, por entender que esses são os atores principais de uma instituição educacional e, amparado nisso, dei tempo suficiente para que alunos em débito com seus trabalhos tivessem condição de manter-se em dia, porém sempre comuniquei ao coordenador Otoniel. Entreguei no prazo e não entendo porque da afirmação, embora eu não entenda o posicionamento escrito, que a meu ver, é desenhado de forma generalizada, já que no rol de professores penalizados estão pelo menos seis, como se houvesse um estrito cuidado em tratar cada um como um caso isolado, ainda que tenha enquadrado a todos numa peça só.



Praia do Arucará: beleza condenada

Na sexta feira estive, junto com meus alunos da Escola Ivone Santos, na praia do Arucará. Mostrei pra eles a poluição do meio ambiente provocada pelos bares da orla.


O que não mostrei, o Ministério Público se encarregou de fazer. Fez uma vistoria da parte interna. Até ratos do tamanho de uma mucura foram encontrados. E o pior: os donos de bares agora resolveram morar no mesmo estabelecimento, gerando maiores problemas. Todos foram condenados, com exceção do restaurante Arucará, pertencente a família dos Pereira.
Um adeus a mais um coqueiro - ali ao fundo, um toco de
um coqueiro que caiu. Veja na foto abaixo, como era lindo.

A nossa luta pela preservação da praia precisa se renovar. Acompanho a queda de sucessivas árvores da praia. Fiz questão de fotografar o momento junto aos coqueiros que vão sucumbir dentro de alguns dias. É uma despedida.
Acompanhei a morte deste coqueiro.  Bati uma foto junto a ela
acompanhado de minha esposa e da jornalista Ana Aranha.

Veja que o coqueiro ainda estava de pé.

"Esta árvore (apontando para um coqueiro) e possivelmente aquele bar ali, vai cair um dia, que não está muito longe de acontecer", disse aos alunos, todos atentos.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Início do ano letivo: quem paga o preço?

O início do ano ano letivo se deu novamente bem tardio. Na minha nova escola, Ivone Santos, o calendário escolar apontava o início para o dia 25 de março. Por motivos de obras em algumas salas, o início já tardio foi prorrogado, pois só no dia 28 e que iniciou definitivamente.

Os professores, logicamente, estavam de plantão após o encerramento do recesso que termina no dia 15 de janeiro. Interessante que essa data vai marcar uma verdadeira ofensa aos direitos do professor. Sabe-se que o professor já está disponível após o término do recesso e a determinação da direção de cada escola é clara: o professor tem que se apresentar na escola a partir do dia 16. Assim, todos os dias aquele professor que já está lotado frequenta a sua escola, independentemente se tenha ou não aula. Veja só o que vai acontecer de contraste na vida desse profissional.

Não é de hoje que os professores reclamam, assim como os alunos e até os pais, sobre as aulas ocorridas no sábado, apelidados de "sábado letivo". Nada contra trabalhar aos sábados, considerando que o professor está sendo pago para isso. Muito embora haja tal compreensão, o problema é que a volta se deu no dia 16 e nenhum professor é responsável pelo atraso no ano letivo. Ele ou ela esta ali, todos os dias, preparado para trabalhar. Não há trabalho. Seu tempo é consumido, às vezes até olhando para a cara do outro. Aí vem o sábado letivo... esse profissional está trabalhando de forma extra. Ou não? Por outro lado, se faltar naquele período de caça-moscas, pega falta, seu salário é diminuído e o coordenador está com a canetinha pronta para por a culpa no professor como descompromissado, até "vagabundo", nos termos de um ex-diretor de ensino, apelidado recentemente de INIMIGO DA EDUCAÇÃO.

Ontem, dia 23 de abril, encerrou-se o período dedicado à licitação da merenda escolar. Essa é uma das causas do atraso do ano letivo, segundo informação da própria SEMED. Outro motivo seria a falta de combustível. É que agora aluno só vai pra escola se for de ônibus, na cidade. No interior, só se for de barco. Sem combustível, nada funciona. E por que falta recurso? Bem, aí é outra história.

No final da história, o prejudicado vai ser o professor, que tem sua imagem arranhada pelos famosos relatórios dos coordenadores (ou seriam condenadores?) e diretores (ou seriam ditadores?). Penso que os alunos são os mais prejudicados, pois imagem de professor arranhada não é nada perto da falta de dinheiro no bolso e, finalmente, este também tem faltado por aqui, tanto que o salário de dezembro já resultou até em greve geral dos profissionais da educação. E volto novamente a perguntar: Por que falta recursos?

Nas páginas do site da transparência e do banco do Brasil, vê-se a chegada de dinheiro aos montes. Só hoje, dia 24, o valor total é de R$ 3.234.987,56. Isso só do FUNDEB. E vai crescer muito mais, porque ainda restam alguns dias para o fim do mês. Nesse setor, creio que alguém está nos enganando, pois, ao meu ver, tem dinheiro a bangu.

Em outro momento, vou dar uma olhada nos recursos da merenda, do transporte escolar e até dos combustíveis. Neste último, tenho informações que vão levantar os cabelos de vocês. Espero que os carecas segurem as sombrancelhas. Inté!


quarta-feira, 27 de março de 2013

Frustração de um professor


No curso de formação do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, a nossa professora orientadora foi a Jacira Baia. Durante o início do curso, no dia 9 deste mês, Jacira propôs que os professores presentes na sua sala, que aconteceu na escola Graça Lima, fizessem uma breve exposição escrita sobre as frustrações da profissão. Eis que produzi, em forma de poema:

Minha professora jacira me botou um problemão
Pois entendo que o fato de estar num curso de formação
Às vezes nos pega mesmo de calça na mão
Sei que tem muita gente de fora e isso já é uma exclusão
Não vou falar pra vocês para criar ilusão
Pois o assunto é de grande repercussão
Mesmo ao nascer participei da situação
Já que espermatozoide tava na casa do milhão
Nasci e minha parteira meteu o bofetão
Passeava de carrinho e o filho do vizinho no carrão
Na escola, meu professor me colocou no paredão
E o filho do rico para manter o costume ficou lá no fundão
Pegava as meninas e eu ficava na mão
No trabalho eu tinha de bater o cartão
O boa pinta nem sequer entrava no portão
Como professor só é perseguição
Até meu salário foi pura enrolação
Sou rebaixado até na lotação
Se pensa que acabou tem mais sacaneação
É porque você nunca prestou em mim a atenção
Mas vou parar por aqui antes que me venha uma assombração
Pois no poder tem muita gente com o rei no barrigão
Não sabem que o que lhes espera tá lá no livrão
E, pobre ou rico, todos vão parar mesmo é no caixão.

terça-feira, 19 de março de 2013

Com 70% de alunos analfabetos: solução seria criar aulas de reforço


Em reunião realizada ontem com os pais dos meus alunos, sugeri que haja aulas de reforço. A sugestão surgiu da minha observação de que, em pleno 3º ano, há 70% de analfabetos na minha turma e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa prevê a saída do ciclo já sabendo ler.

Muito embora seja uma boa ideia, pois muitos dos alunos que já leem bem possuem aulas particulares de reforço, a maioria dos pais não têm condições financeiras para bancar essa despesa. Assim, levantei a possibilidade da escola criar aulas de reforço em horário paralelo. Ou seja, as crianças voltariam à escola no contraturno, significa dizer que quem estuda à tarde voltaria de manhã para a aula de reforço.

Outro problema que enfrentaremos será a falta de espaço físico para acomodar tantos alunos, já que em conversas informais com os demais colegas professores ficou evidente que esse não é um problema particularmente da minha turma de 3º ano.  Ao considerar problemas, o maior obstáculo será convencer a secretaria de educação a promover essas aulas, uma vez que será necessária a mão de obra de professores e isso implica em pagar horas a mais aos professores. Em conversa com dois membros do conselho escolar encontrei apoio para a ideia que já teve aclamação geral por parte dos pais.

Agora, a ideia é convencer a direção da escola, para, posteriormente convencermos a SEMED da necessidade urgente da implantação dessas classes.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Primeiro dia com merenda é comemorado pelas crianças


Hoje foi o primeiro dia em que houve merenda na minha escola. A alegria era clara nos olhos dos meus alunos, que estão na faixa dos 8 e 9 anos de idade. Desde o dia 28, quando as aulas começaram em minha escola (Ivone Santos), não tínhamos merenda e as criancinhas sempre vinham com aquela pergunta que dói o coração: “Tem merenda hoje”. Dói porque às vezes a merenda é a única refeição na casa de muitas dessas crianças humildes.

Como não tínhamos merenda, era o jeito liberar os alunos mais cedo. Assim, às 16:15, todos iam embora, num acordo coletivo entre pais, professores, coordenação e direção escolar. Lembrado que saco vazio não fica em pé. Claro que foi feita uma grande reunião para tratar do assunto, onde estavam presentes professores, pais, coordenador, diretora, vice-diretora. Mas, graças a Deus, depois de 19 dias, temos, finalmente, merenda. Para a alegria da meninada, que, depois de encher a pança (encher é só uma maneira de dizer que merendaram, já que suco e bolacha não é lá essas coisas), foram para a sala de informática.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Escola sem energia: pirei


Ontem parou a energia e eu fiquei com pena dos meus pequenos. Esperei o tempo
Quando faltava pouco pra 15 minutos, a energia voltou.
e as criancinhas, tadinhas, molhadas de suor e pedindo pra sair.
Não podemos liberar e isso é tido como maus tratos

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Meu primeiro dia de aula na escola Ivone Santos

Hoje foi o primeiro dia em sala de aula na nova escola. É uma escola pequena, mas cheias de pessoas dignas e dispostas ao trabalho.

O prédio pertence ao prefeito de Portel, Paulo Ferreira, fruto de um governo passado medíocre em termos de providências materiais, pois não construiu novas escolas para acomodar a grande demanda que a cada ano aumenta. Até a secretaria da escola funciona na parte de baixo do prédio que aloja a rádio Arucará FM, também pertencente a Paulo Ferreira.

Pelao manhã, visitei a secretaria da escola para reunir os materiais necessários ao início de aula, inclusive levei um pen-drive para gravar o planejamento feito no ano passado, o qual vai ser utilizado ainda este ano. Coletei, evidentemente, papel chamex, cartolina, marcador para quadro branco, marcador permanente, apagador e outros.

À tarde, cheguei bem adiantado ao início e já tinha pais esperando ansiosamente para conhecer o professor de seus filhos. Não eram muitos, apenas cinco. E o total de alunos superava o de pais, já que lá estavam doze alunos. Não passou disso. Reuni rapidamente, deixando claro algumas situações, inclusive o dia de reuniões, entre outras questões comuns ao início do ano letivo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Seleção de turmas nas escolas de Portel: fato inusitado aconteceu



Pela primeira vez na vida eu presenciei um fato inusitado na educação portelense. E esta postagem é necessária, pois, durante toda a minha vida como professor eu nunca tinha visto antes.
Mas deixa eu comentar, primeiramente, sobre a boa recepção que tive na nova escola onde fui lotado.  A diretora, Odete Machado, mostrou-me as dependências da escola Ivone, desde as salas, banheiros, sala de informática, secretaria, enfim tudo que compõe uma unidade escolar. Em seguida, ela se apresentou e deu início à reunião, onde elencou todos os professores e deu boas vindas aos novos integrantes da equipe.
Ao ser concedida a palavra ao coordenador da escola, Rômulo, veio o fato inusitado a que aludi no começo desta postagem. Rômulo, após discutir vários aspectos importantes da educação e sua experiência e, também, ouvindo a experiência dos demais profissionais, deixou para última a questão. Tratava-se da distribuição de turmas. Claro, Rômulo estabeleceu alguns critérios, que estavam fixados numa folha de papel, cuja cópia foi entregue para cada professor. No início, encabeçava o vínculo do professor (concursado, contratado), passando por tempo de experiência no magistério, tempo de experiência com a série/ano; número de capacitações realizadas na área (cursos); avaliação da equipe gestora acerca do desempenho do professor na escola, tais como:
1.      Participação na elaboração e desenvolvimento dos trabalhos pedagógicos e outros de interesse da escola;
2.      Desempenho satisfatório do trabalho com a turma, no que se refere ao bom aproveitamento dos alunos no ano letivo;
3.      Participação das atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade;
4.      Participação dos períodos dedicados ao planejamento da escola;
5.      Participação nas reuniões mensais, bimestrais e semestrais da escola;
6.      Pontualidade e Assiduidade no trabalho.

E, por último, a solicitação do professor. Claro que achei louvável a postura democrática diante dessa situação que nunca tinha constatado nas escolas por onde passei. Geralmente essa distribuição é feita pelos generais da secretaria, diretora estilo Hitler e os eternos grupinhos chamados de panelinha.
No entanto, apesar de achar a atitude meritória, considerei junto aos meus pares, inclusive com questionamentos sobre um setor de estatísticas para servir de embasamento quanto ao quesito de desempenho satisfatório com a turma. Ora, afirmei que os dados provenientes de um relatório atualmente feito pelos coordenadores se restringem a textos, porém, nesse caso, os números poderiam muito bem contrariar. Por exemplo, recebi uma turma com 70% de alunos analfabetos e, ao final do ano letivo, reverti a situação. No entanto, tal dado não consta na avaliação mostrada no relatório.
Da mesma forma, considerei também o item número 4 (Número de capacitações realizadas na área – cursos). Nesta, além de relatar a seleção dos professores que deveriam constar na lista dos cursos – em cujo bojo eu nunca constei! -, perguntei porque não havia vaga para todos os professores, lembrando que nos tempos chamados ditatoriais, todos os professores eram convocados a participar. Lembrei também que agora, que os senhores democráticos passaram pelo poder, a direção da escola afixava no quadro de avisos os professores “contemplados”. Então, a meu ver, o item número 4 é, afirmei, injusto.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

E no meio do caminho tinha uma pedra...

Credo! No ano passado fui colocado numa escola em que a única sala que não tinha arcondicionado era a minha! Parece coisa do rabudo! As criancinhas reclamavam à beça do calor!

Bem, não foi a única coisa que percebi. Notei que, dada a triste realidade da rotatividade, não participei do planejamento. Quando chegui lá, já estava tudo planejado. Um deus nos acuda!

Este ano, sob nova administração, a coisa tá seguindo no mesmo rumo. Não sei se o rumo é das pedras ou do mar. Não é mar porque aqui só tem rios, igarapés, baias e enseadas (tem córregos, é verdade). Mas pedras, sumano, tem muitas. E não estamos falando do seixo, que furtam diariamente sem atentar para as leis ambientais, estou falando daquela pedra no caminho, caramba! Pessoas que tem uma pedra no lugar do cérebro. Pronto, falei.