quarta-feira, 24 de abril de 2013

Início do ano letivo: quem paga o preço?

O início do ano ano letivo se deu novamente bem tardio. Na minha nova escola, Ivone Santos, o calendário escolar apontava o início para o dia 25 de março. Por motivos de obras em algumas salas, o início já tardio foi prorrogado, pois só no dia 28 e que iniciou definitivamente.

Os professores, logicamente, estavam de plantão após o encerramento do recesso que termina no dia 15 de janeiro. Interessante que essa data vai marcar uma verdadeira ofensa aos direitos do professor. Sabe-se que o professor já está disponível após o término do recesso e a determinação da direção de cada escola é clara: o professor tem que se apresentar na escola a partir do dia 16. Assim, todos os dias aquele professor que já está lotado frequenta a sua escola, independentemente se tenha ou não aula. Veja só o que vai acontecer de contraste na vida desse profissional.

Não é de hoje que os professores reclamam, assim como os alunos e até os pais, sobre as aulas ocorridas no sábado, apelidados de "sábado letivo". Nada contra trabalhar aos sábados, considerando que o professor está sendo pago para isso. Muito embora haja tal compreensão, o problema é que a volta se deu no dia 16 e nenhum professor é responsável pelo atraso no ano letivo. Ele ou ela esta ali, todos os dias, preparado para trabalhar. Não há trabalho. Seu tempo é consumido, às vezes até olhando para a cara do outro. Aí vem o sábado letivo... esse profissional está trabalhando de forma extra. Ou não? Por outro lado, se faltar naquele período de caça-moscas, pega falta, seu salário é diminuído e o coordenador está com a canetinha pronta para por a culpa no professor como descompromissado, até "vagabundo", nos termos de um ex-diretor de ensino, apelidado recentemente de INIMIGO DA EDUCAÇÃO.

Ontem, dia 23 de abril, encerrou-se o período dedicado à licitação da merenda escolar. Essa é uma das causas do atraso do ano letivo, segundo informação da própria SEMED. Outro motivo seria a falta de combustível. É que agora aluno só vai pra escola se for de ônibus, na cidade. No interior, só se for de barco. Sem combustível, nada funciona. E por que falta recurso? Bem, aí é outra história.

No final da história, o prejudicado vai ser o professor, que tem sua imagem arranhada pelos famosos relatórios dos coordenadores (ou seriam condenadores?) e diretores (ou seriam ditadores?). Penso que os alunos são os mais prejudicados, pois imagem de professor arranhada não é nada perto da falta de dinheiro no bolso e, finalmente, este também tem faltado por aqui, tanto que o salário de dezembro já resultou até em greve geral dos profissionais da educação. E volto novamente a perguntar: Por que falta recursos?

Nas páginas do site da transparência e do banco do Brasil, vê-se a chegada de dinheiro aos montes. Só hoje, dia 24, o valor total é de R$ 3.234.987,56. Isso só do FUNDEB. E vai crescer muito mais, porque ainda restam alguns dias para o fim do mês. Nesse setor, creio que alguém está nos enganando, pois, ao meu ver, tem dinheiro a bangu.

Em outro momento, vou dar uma olhada nos recursos da merenda, do transporte escolar e até dos combustíveis. Neste último, tenho informações que vão levantar os cabelos de vocês. Espero que os carecas segurem as sombrancelhas. Inté!