Apresentação de seminário |
Desde o dia 7 que estudo na UFPA e já tivemos três disciplinas até o momento. Para complementar o período, teremos mais uma que é de Psicologia, que deve encerrar no dia 9 de agosto. Mas nem tudo são flores.
No primeiro dia, um grupo de professores de Portel, preocupados em manter-se no curso desempregados (os mesmos foram distratados no mês de junho) recorreram à coordenadora do curso de Pedagogia Sônia Amaral. Ela disse, na maloca da universidade por conta de falta de energia no auditório, que essa parte incumbe ao setor administrativo, uma vez que há um convênio e as prefeituras devem dar condições aos professores fazerem a formação continuada. Ademais, aconselhou ao grupo de professores fazerem uma denúncia ao Comitê Gestor, já que a atual administração de Portel pleiteia dois cursos, sem, no entanto, revelar em que área.
De posse da informação, a turma prejudicada pelo distrato enviou a denúncia ao Comitê Gestor que, por sua vez, encaminhou o caso ao coordenador local Sócrates. Este último se dirigiu ao município de Portel para uma conversa com o prefeito a fim de solucionar o impasse.
"É muito difícil se manter sem dinheiro na terra dos outros", disse uma professora. "Na terra da gente, a gente empresta, os outros ajudam", complementou uma professora de Portel.
Embora o coordenador Sócrates tenha tentado convencer o prefeito das amarras do convênio com fins de dar condições aos professores, não obteve sucesso. Em reunião com os acadêmicos de vários municípios, inclusive Portel, o professor Sócrates disse que o prefeito de Portel não tem compromisso com a educação e que, por isso, nenhum curso será disponibilizado para aquele município enquanto ele estiver no poder porque "ele não presta", bradou à sala lotada.
Durante a reunião, que aconteceu na escola Miguel Bittar, uma professora se disse ameaçada por uma diretora da SEMED pelos termos "você será punida porque falou contra o prefeito". No decorrer da semana, rumores de que membros da SEMED procuravam cópias de fotos e gravações feitas durante a reunião para identificar que são os organizadores da reivindicação.
O temor por represálias é tão grande que após a minha saída da sala de reunião, um grupo de professoras não concursadas aguardavam do lado de fora para pedir que suas imagens não fossem publicadas. Pedi a uma colega para fazer as fotos, mas ela nunca me entregou essas fotos e dias depois disse que havia deletado por precisar de espaço no cartão de memória da câmera.